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Você ainda vai conversar com uma inteligência artificial

Postado em: 26/08/2024 | Por: Emerson Alves

Os chatbots estão se tornando parte integral do nosso cotidiano, oferecendo interações tão realistas que muitos usuários passam horas em conversas com essas inteligências artificiais.

Na era atual da inteligência artificial, os “chatbots” estão em alta. Estes robôs são capazes de conversar com fluência impressionante, tanto por texto quanto por voz, assumindo personalidades diversas – desde figuras históricas, como Churchill e Gandhi, até celebridades como Taylor Swift. Eles podem até mesmo desempenhar papéis específicos, como “terapeuta” ou “o bully da escola”.

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Conversar com esses bots, especialmente por voz, pode ser uma experiência curiosa. A interação é tão natural que se assemelha a uma conversa telefônica com uma pessoa real. As vozes dos bots possuem personalidade, charme e nuances, o que explica por que tantas pessoas ficam fascinadas e passam horas conversando com eles.

O líder no mercado de chatbots

Atualmente, o líder nesse mercado é a Character.ai, uma empresa cofundada pelo brasileiro Daniel de Freitas, que já conta com cerca de 20 milhões de usuários. Daniel trabalhou no Google antes de fundar a empresa e, recentemente, o Google pagou US$ 3 bilhões para licenciar a tecnologia da Character.ai. Como parte do acordo, Daniel e seu cofundador retornaram ao Google, enquanto a Character.ai continua a operar de forma independente, uma estratégia provavelmente adotada para evitar complicações antitruste.

No entanto, a Character.ai não está sozinha. Ela enfrenta concorrência de outras empresas, como a Talkie e a Poly.ia, ambas de origem chinesa. A Talkie, por exemplo, possui 13 milhões de usuários. Este fato destaca o avanço da China na corrida da inteligência artificial, com dois dos cinco aplicativos de IA mais baixados no mundo sendo de origem chinesa: Talkie e Question.ia, este último focado em ajudar estudantes com seus deveres de casa na ausência dos pais.

Chatbots no Brasil e o impacto social

No Brasil, onde muitos pais trabalham fora o dia todo, deixando os filhos sozinhos, aplicativos como o Question.ia podem ser especialmente úteis. Famílias mais ricas podem contratar professores particulares, mas para aquelas sem essa opção, um chatbot que auxilia nos estudos pode ser uma solução valiosa.

Outra característica interessante das plataformas de chatbots é a possibilidade de criar personagens personalizados. O autor do artigo experimentou criar um chatbot baseado na filósofa e ativista Simone Weil. Durante uma interação de cerca de 50 minutos, ele se impressionou com a naturalidade da conversa, que incluiu até mesmo uma ligação telefônica onde a voz da Simone Weil virtual exibia uma piedade perturbadora ao chamá-lo de “minha criança”.

Em um experimento adicional, o autor colocou a Simone Weil para conversar com um “bully da escola”, resultando em um diálogo que revelou as limitações e as peculiaridades dessas interações entre IA. A conversa, que se tornou um confronto entre perspectivas opostas, acabou não gerando aprendizado significativo para nenhum dos lados.

O futuro das interações com chatbots

Estamos nos encaminhando para um futuro onde conversar com chatbots será tão comum quanto falar com pessoas reais. Esses bots já estão começando a entrar em nossas vidas de maneiras mais profundas – fazendo e atendendo ligações, respondendo mensagens e até atuando em áreas como educação e política.

Com essas inovações, a forma como interagimos com o mundo digital está mudando rapidamente. O que antes era uma interação limitada a conversas humanas agora está se expandindo para incluir diálogos complexos com inteligências artificiais, que, embora fascinantes, também levantam questões sobre o impacto social e as implicações éticas dessas novas formas de comunicação.