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Riscos e oportunidades da utilização da IA em ambientes corporativos

Postado em: 31/08/2024 | Por: Emerson Alves

A ascensão da Inteligência Artificial (IA) Generativa traz novas oportunidades e desafios para empresas, especialmente em relação à gestão de dados e questões de segurança.

A tecnologia de Inteligência Artificial (IA) já estava disponível há alguns anos, mas foi o salto de desempenho da IA Generativa nos últimos meses que desencadeou uma nova corrida para implementar essa tecnologia de forma eficaz e rápida. Embora o potencial dessa tecnologia seja gigantesco, uma análise mais profunda revela gargalos e riscos significativos para sua utilização imediata em ambientes corporativos, especialmente quando lidamos com dados e informações estratégicas e sigilosas.

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Adoção da IA no cotidiano empresarial

No nível individual e conforme a realidade de cada empresa, muitos profissionais já estão aplicando IA em suas atividades diárias. Responder e-mails, fazer traduções, suportar pesquisas, transcrever áudios e reuniões, criar resumos, além de produzir textos, imagens e outras peças, são usos que já se tornaram uma realidade.

O maior valor da IA virá de sua aplicação a dados estratégicos, como vendas, perfis de público, tendências e outras métricas. Ao automatizar processos, a IA pode agilizar análises e aumentar a produtividade, proporcionando insights valiosos para as marcas. No entanto, isso levanta uma questão crítica: como esses dados serão geridos pela IA? O sigilo é realmente garantido? Essas informações serão utilizadas para treinar outras IAs? Onde esses dados serão armazenados e quem terá acesso a eles?

Desafios de segurança e direitos autorais

O boom da IA destaca ainda mais a importância da segurança na gestão de dados, tanto pessoais quanto corporativos. Além disso, questões sobre direitos autorais, como a produção de textos e imagens gerados por IA, ainda são amplamente debatidas. Um exemplo relevante é o uso de IA para transcrição de reuniões e produção de resumos: como garantir o sigilo das informações discutidas? Todos os participantes consentiram com essa transcrição? Onde essas informações serão armazenadas e por quanto tempo?

Outra questão interessante surge no campo dos direitos autorais. Há plataformas que permitem a criação de músicas por IA a partir de um briefing. Embora útil em algumas situações, como eventos ou campanhas digitais, a utilização comercial dessas criações ainda é nebulosa, com regras de uso que frequentemente não transmitem a segurança necessária.

Limitações e oportunidades na aplicação da IA

Devido às incertezas mencionadas, alguns mercados estão começando a estabelecer limites para o uso da IA. No setor de beleza, por exemplo, algumas marcas optaram por não usar imagens geradas por IA em campanhas, a fim de evitar a promoção de padrões estéticos irreais. Essas decisões refletem tanto preocupações éticas quanto os riscos associados ao uso dessa tecnologia.

O cenário é ainda mais complexo quando se consideram projetos que envolvem múltiplos fornecedores, contratos de confidencialidade e acesso a bases de dados externas, o que pode inviabilizar, pelo menos por enquanto, a aplicação em larga escala da IA em áreas estratégicas das empresas.

O papel contínuo do elemento humano

Embora a atenção à segurança de dados e direitos autorais seja crucial, isso não deve impedir o avanço da IA nas empresas. Testes controlados podem e devem ser realizados, com a criação de estruturas seguras para garantir a eficiência e a sustentabilidade dos investimentos. Com a experiência adquirida, as empresas podem se preparar para voos mais altos no uso da IA.

Certas regras e parâmetros de conduta para o uso da IA só surgirão a partir da sua aplicação prática. A recriação em IA de figuras como Elis Regina, por exemplo, gerou questionamentos importantes, mas também promoveu discussões sobre boas práticas na área.

Portanto, o elemento humano continua sendo essencial. Cabe aos profissionais avaliar as situações em que a IA pode ser utilizada, implementar as medidas de segurança necessárias e monitorar os riscos. Quando a IA não for a melhor solução, será necessário buscar outras abordagens, sempre com a ética e a segurança em mente.