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Relatório aponta que inteligência artificial pode colocar a receita dos músicos em risco até 2028

Postado em: 27/08/2024 | Por: Emerson Alves

Um novo relatório revela que a inteligência artificial pode ameaçar significativamente a receita dos músicos, com um impacto estimado em 350 milhões de dólares até 2028.

A inteligência artificial (IA) tem avançado rapidamente e está começando a influenciar diversas formas de arte, incluindo a música. No entanto, um relatório recente da APRA AMCOS, uma organização australiana de gerenciamento de direitos autorais, indica que essa evolução pode representar uma ameaça substancial para a receita dos músicos nos próximos anos.

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Impacto financeiro significativo previsto até 2028

O relatório, baseado nas respostas de mais de 4.200 membros da indústria musical, incluindo compositores e editoras musicais, revela que 23% dos entrevistados acreditam que suas rendas serão afetadas negativamente pela IA até 2028. A pesquisa, que se concentrou nas indústrias musicais da Austrália e Nova Zelândia, estima que o impacto financeiro acumulado pode chegar a 350 milhões de dólares nos próximos quatro anos, com uma perda de US$ 153 milhões apenas em 2028.

Essa projeção alarmante reflete as crescentes preocupações sobre como a IA pode automatizar processos criativos e substituir o trabalho humano, particularmente na criação de músicas e melodias. Com a capacidade da IA de gerar composições musicais de maneira autônoma, muitos profissionais do setor temem que sua relevância e, consequentemente, sua renda, possam ser drasticamente reduzidas.

Adaptação versus resistência à IA na música

Apesar dessas preocupações, o relatório também destaca que 38% dos entrevistados já estão adotando a IA em seus processos criativos musicais. Esses profissionais veem a tecnologia como uma ferramenta para complementar seu trabalho, ajudando a inovar e melhorar suas produções.

No entanto, uma parcela significativa da comunidade musical permanece cética ou até mesmo resistente ao uso de IA. 27% dos participantes afirmaram que se recusam a utilizar qualquer forma de IA em sua arte, preocupados com a perda da autenticidade e do controle criativo.

Preocupações e otimismo no setor musical

O relatório também revela que apenas 8% dos entrevistados se mostram otimistas em relação à IA, enquanto uma esmagadora maioria de 82% expressa medo e preocupação de que a tecnologia possa substituir seus trabalhos, colocando em risco seu sustento.

Esses dados ressaltam a divisão de opiniões dentro da indústria musical sobre o papel da IA no futuro da música. Enquanto alguns veem a tecnologia como uma oportunidade para inovar, outros temem que ela possa eliminar a necessidade de talento humano na criação musical, transformando a arte em um processo automatizado e despersonalizado.

O futuro da música na era da IA

O relatório da APRA AMCOS é um alerta para a indústria musical, destacando a necessidade de uma reflexão profunda sobre como a IA deve ser integrada ao processo criativo sem comprometer a integridade artística e a sustentabilidade financeira dos músicos. Com a IA avançando a passos largos, o desafio será encontrar um equilíbrio que permita a inovação tecnológica sem sacrificar o valor humano na criação musical.