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Megan: A inteligência artificial baiana que reconhece emoções e monitora multidões

Postado em: 27/08/2024 | Por: Emerson Alves

Megan, a inteligência artificial criada pela startup baiana Hive Computer Vision, está revolucionando a segurança e o monitoramento em grandes eventos e ambientes variados ao reconhecer emoções e prever situações de risco.

Na última terça-feira (27), Will Rocha, CEO e fundador da Hive Computer Vision, participou do programa Sociedade Urgente para falar sobre a Megan, uma inteligência artificial desenvolvida na Bahia que está ganhando destaque no campo da segurança e monitoramento. Nascida de uma experiência pessoal de Will, que foi assaltado e percebeu a ausência de câmeras de segurança no local, a Megan começou como um projeto acadêmico e evoluiu para uma solução robusta que promete transformar o setor.

Leia também: Inteligência Artificial deve acrescentar US$ 16 trilhões ao PIB global até 2030.

Origem e desenvolvimento da Megan

A ideia por trás da criação da Megan surgiu quando Will, ainda estudante, enfrentou o desafio de criar uma tecnologia diferenciada para solucionar problemas reais de segurança. Inspirado por sua própria experiência, ele desenvolveu um drone equipado com uma câmera capaz de reconhecer pessoas e emoções. Esse projeto inicial evoluiu para a Megan, uma IA que vai além do monitoramento passivo, analisando dados em tempo real e gerando insights valiosos.

A Megan foi utilizada pela Prefeitura de Salvador durante o Festival Virada Salvador para monitorar multidões. Com o uso de 60 câmeras e dois drones, a IA analisou diversas métricas, como o número de pessoas presentes por banda e horário, tempo médio nas filas, zonas de risco em áreas próximas ao palco, e a densidade de pessoas por metro quadrado. Esses dados eram enviados à prefeitura em relatórios atualizados a cada 30 minutos, permitindo uma gestão mais eficiente do evento.

Funcionalidades inovadoras e aplicação prática

Uma das características mais impressionantes da Megan é sua capacidade de reconhecer emoções e padrões comportamentais. Por exemplo, a IA pode monitorar o sono de vigilantes e alertá-los se perceber que estão adormecendo durante o serviço. Essa funcionalidade exemplifica como a Megan complementa as atividades humanas, aumentando a segurança sem substituir a intervenção humana.

Will Rocha enfatiza que a Megan não realiza reconhecimento facial, o que a distingue de outras tecnologias de vigilância. Em vez disso, a IA foca na análise de dados e emoções, proporcionando um monitoramento mais ético e focado na segurança preventiva. A Megan também interage por voz e vídeo, oferecendo uma experiência de assistente pessoal que se adapta ao usuário.

A Hive Computer Vision, a empresa por trás da Megan, conta com uma equipe de 200 profissionais e foi construída com esforços e investimentos próprios. Ao longo do tempo, a startup estabeleceu parcerias que ajudaram a expandir suas capacidades e aplicações.

Desafios regulatórios e futuro da inteligência artificial no Brasil

Embora a Megan represente um avanço significativo na aplicação da inteligência artificial para segurança e monitoramento, o Brasil ainda enfrenta desafios regulatórios nesse campo. Atualmente, a IA não é regulamentada no país, e um projeto de lei que visa estabelecer princípios, direitos e regras para o uso da inteligência artificial está em tramitação no Senado. No entanto, a votação dessa proposta já foi adiada três vezes devido a divergências entre diferentes setores.

Will Rocha acredita que a educação e a conscientização sobre o uso das tecnologias são fundamentais para que a sociedade possa integrar a inteligência artificial de forma ética e produtiva. Ele destaca que as tecnologias, como a Megan, não vêm para substituir os seres humanos, mas para complementar e melhorar os processos existentes, aprendendo continuamente com o comportamento humano.

Para saber mais sobre a Megan e a visão da Hive Computer Vision, a entrevista completa com Will Rocha está disponível no canal da Rádio Sociedade da Bahia.