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Startup alagoana lança inteligência artificial para combater assédio e violência de gênero

Postado em: 31/08/2024 | Por: Emerson Alves

Uma nova plataforma de inteligência artificial, desenvolvida em Alagoas, promete ser uma poderosa aliada na identificação e combate ao assédio e à violência de gênero, oferecendo suporte anônimo e seguro para mulheres em todo o Brasil.

Em uma iniciativa pioneira, a startup alagoana Sandora lançou uma plataforma de inteligência artificial chamada Sandy, projetada para ajudar mulheres a reconhecer e reportar casos de assédio e violência de gênero. A plataforma foi desenvolvida com o objetivo de oferecer um ambiente seguro e anônimo para que as vítimas possam dialogar sobre suas experiências, identificar situações de abuso e tomar as medidas necessárias para sua proteção.

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O desafio da subnotificação de casos

Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou cerca de 30 milhões de casos de violência de gênero em 2022, o que representa um caso por segundo. No entanto, uma grande parte dessas ocorrências nunca é denunciada, com a taxa de denúncia permanecendo abaixo de 40%. O medo do julgamento, a falta de confiança nas autoridades e o estigma social são barreiras significativas que impedem muitas mulheres de buscar ajuda.

A Sandy surge como uma resposta inovadora a esses desafios, oferecendo uma solução tecnológica que proporciona suporte emocional e prático, ao mesmo tempo em que educa as usuárias sobre os seus direitos e as opções disponíveis. Treinada para lidar com casos sensíveis com empatia e leveza, a IA permite que as mulheres compartilhem suas histórias de forma anônima, recebendo orientações sobre como proceder de acordo com as leis e protocolos específicos de cada município.

A visão por trás da Sandora

Meline Lopes, idealizadora da Sandora e fundadora da startup, conta que a ideia para a Sandy surgiu a partir de suas próprias experiências pessoais com o assédio. Ela compartilha que foi filmada por um homem enquanto estava na academia, mas, na época, não soube como reagir ou a quem recorrer. “Eu não sabia o que aquilo significava de fato, nem queria me expor a ir até uma delegacia, só queria entender o que tinha acontecido e diminuir um pouco a sensação de impunidade”, afirma Meline.

A missão da Sandy, segundo Meline, é também educar as vítimas, ajudando-as a reconhecer situações de abuso que muitas vezes são normalizadas na sociedade. “Somos tão comumente violadas que nem percebemos certas atitudes críticas. Nosso objetivo é fortalecer as mulheres para que elas possam falar sem medo, em anonimato, entendendo suas opções e sendo encorajadas a seguir em frente”, diz a fundadora.

Funcionalidades e expansão futura

A plataforma Sandy não apenas oferece suporte emocional e orientação, mas também está se expandindo para incluir novos recursos que facilitarão ainda mais a busca por ajuda. Em breve, a IA permitirá o acionamento automatizado de serviços de emergência, além de contar com funcionalidades de acessibilidade, como transcrição de áudio e leitura de sinais para mulheres com deficiência.

Além disso, a startup Sandora está promovendo campanhas educacionais e workshops para conscientizar a comunidade sobre a gravidade do assédio e da violência de gênero. A iniciativa busca não apenas ajudar as vítimas, mas também promover uma mudança cultural profunda, educando a sociedade e criando um ambiente mais seguro e acolhedor para as mulheres.

Um futuro promissor para a Sandy

O lançamento da Sandy representa um passo significativo na luta contra a violência de gênero no Brasil. Através de sua abordagem inovadora e centrada no usuário, a IA tem o potencial de transformar a forma como as mulheres lidam com situações de assédio, oferecendo-lhes uma ferramenta poderosa para agir com segurança e confiança.

Para mais informações sobre como acessar e utilizar a Sandy, visite o site oficial da Sandora em www.sandora.me.