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O uso da inteligência artificial pode ser centrado no ser humano?

Postado em: 31/08/2024 | Por: Emerson Alves

Com o avanço da IA, o desafio é equilibrar eficiência e humanização, evitando que as interações se tornem meramente robóticas.

A inteligência artificial (IA), embora não tenha uma definição universalmente aceita, é reconhecida como um conjunto de tecnologias que aplicam análises avançadas e técnicas baseadas em lógica para interpretar eventos, automatizar decisões e realizar ações. Com o uso crescente em diversos setores, surge o desafio de manter a humanização no centro dessas interações, evitando que se tornem frias e mecânicas.

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O treinamento da IA e seus desafios éticos

Para que a IA possa atuar de maneira mais humanizada, é essencial que seja ensinada corretamente. Diferente da percepção popular, as máquinas não aprendem da mesma forma que os humanos. Elas armazenam e processam informações de maneiras complexas, utilizando modelos estatísticos para extrair conhecimento dos dados e resolver problemas.

Atualmente, existem três métodos principais para treinar a IA: usando dados brutos e da web, exemplos elaborados e julgamentos humanos. Cada um desses métodos tem suas vantagens e desvantagens, mas é crucial entender que treinar a IA exclusivamente com dados brutos pode levar a resultados indesejados, como o reforço de preconceitos ou a disseminação de desinformação. Métodos que envolvem exemplos e julgamentos humanos, embora mais precisos, são caros e inacessíveis para muitas empresas.

Essa realidade sugere a necessidade de inovar os algoritmos para torná-los não apenas mais poderosos e eficientes, mas também mais sustentáveis e centrados no ser humano. Isso inclui incorporar elementos que simulem a percepção humana, como câmeras ou sensores que capturam o ambiente, mecanismos que permitam a comunicação entre sistemas e a capacidade de tomar decisões informadas em contextos complexos.

Humanização da IA: Um caminho para interações autênticas

Para que a IA se torne mais humana, é útil observar as semelhanças entre o treinamento da tecnologia e o aprendizado humano. Assim como os humanos usam seus sentidos para interagir com o mundo, a IA precisa de sensores para capturar o ambiente. A comunicação entre sistemas de IA também deve ser eficiente, semelhante à maneira como os humanos se comunicam entre si.

A capacidade de tomar decisões é outra área onde a IA deve se assemelhar aos humanos, mas com a vantagem de automatizar processos e identificar padrões em grandes volumes de dados. Esses fatores contribuem para uma utilização mais assertiva da IA no cotidiano, permitindo que ela desempenhe um papel de suporte sem desumanizar as interações.

À medida que avançamos no desenvolvimento e implementação da IA, é crucial que as organizações se adaptem a esse novo sistema, priorizando a combinação entre IA, pessoas e processos. Uma abordagem sugerida é dedicar 10% dos esforços à codificação de algoritmos, 20% à construção deles e 70% à integração da IA com as pessoas e processos existentes.

A IA como ferramenta de potencialização humana

O futuro da IA depende da capacidade de equilibrar sua eficiência técnica com a necessidade de manter as interações humanas autênticas. Conforme as empresas e a sociedade em geral adotam essas tecnologias, é fundamental que a IA seja vista como uma ferramenta para potencializar a inteligência e o propósito humanos, e não apenas como um substituto para o trabalho humano.

Para concluir, como bem afirmou Sal Khan, fundador e CEO da Khan Academy: “O caso de uso mais poderoso é se a IA puder ser usada para aprimorar a inteligência humana, potencial humano e propósito humano”. Essa visão reflete a necessidade de uma abordagem centrada no ser humano, onde a tecnologia serve como um complemento para o desenvolvimento e a realização pessoal.