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Character.AI: A nova febre entre os aplicativos de inteligência artificial

Postado em: 25/08/2024 | Por: Emerson Alves

O Character.AI está revolucionando a maneira como as pessoas interagem com personalidades fictícias e históricas, tornando-se um dos aplicativos mais populares no Brasil e nos Estados Unidos.

O aplicativo de inteligência artificial, Character.AI, lançado há pouco mais de um ano, está rapidamente se tornando uma febre entre os usuários. Semelhante ao ChatGPT, ele permite que os internautas conversem com uma variedade de personagens, desde figuras históricas, como o filósofo Sócrates, até celebridades contemporâneas, como a cantora Anitta e o empresário Elon Musk.

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Popularidade e alcance global

Desenvolvido por Daniel De Freitas e Noam Shazeer, dois ex-funcionários do Google, o Character.AI já acumulou mais de 20 milhões de downloads nos últimos 30 dias, com grande adesão nos Estados Unidos (20%) e no Brasil (8%). A plataforma, que foi recentemente adquirida por uma grande empresa de tecnologia, está avaliada em US$ 5 bilhões.

O aplicativo se diferencia por permitir que os próprios usuários criem chatbots baseados em personagens. Esses bots podem ser baseados em figuras famosas ou personalidades inventadas, e oferecem uma experiência personalizada de interação. No entanto, a empresa alerta que “tudo o que os personagens dizem é inventado”, destacando que se trata de uma plataforma de entretenimento.

Impacto psicológico e tendências atuais

Arthur Igreja, especialista em inovação e tecnologia, observa que a popularidade de aplicativos como o Character.AI é um reflexo dos tempos atuais, onde as pessoas estão cada vez mais interagindo com robôs. “O aplicativo não só oferece conversa com personagens, mas permite que as pessoas possam customizá-los. Isso tem um aspecto psicológico curioso: as pessoas estão moldando o tipo de interação que elas gostariam”, diz Igreja.

Os dados da empresa de análise Similarweb mostram que o Character.AI já recebeu mais de 215 milhões de visitas, com os usuários passando, em média, 12 minutos por sessão no aplicativo. Entre os bots mais populares estão personagens de anime e figuras históricas, como Albert Einstein.

Privacidade e questões éticas

A empresa garante que as conversas dos usuários são privadas e que os criadores dos chatbots não têm acesso ao conteúdo. No entanto, as interações que envolvem discursos violentos ou abusivos são filtradas, com medidas severas contra tentativas de contornar essas regras.

João Victor Archegas, coordenador do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio), alerta para os riscos de desinformação que podem surgir com o uso da IA. Ele lembra que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu o uso de chatbots para imitar candidatos políticos, destacando a importância da transparência para que os usuários saibam que estão conversando com um robô.

Entretenimento versus realidade

Apesar da imersão que o Character.AI proporciona, a empresa faz questão de enfatizar que se trata de um aplicativo de entretenimento e que as conversas não devem ser levadas a sério. A plataforma adverte que os robôs podem fornecer informações incorretas, como recomendar músicas que não existem ou apresentar evidências falsas para apoiar suas alegações.

Embora a empresa não tenha detalhado se possui acordos com personalidades famosas para o uso de suas imagens, os termos de serviço indicam que qualquer pessoa pode contestar a violação de direitos autorais ou de propriedade intelectual.