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Amazon cria IA para gerenciar uso de água em plantações ao redor do Rio Tietê

Postado em: 28/08/2024 | Por: Emerson Alves

A Amazon Web Services, em parceria com a startup argentina Kilimo, desenvolveu uma inteligência artificial para otimizar o uso de água nas plantações ao redor do Rio Tietê, visando a preservação hídrica e a sustentabilidade agrícola.

O Rio Tietê, que percorre 1.100 quilômetros no estado de São Paulo, é uma fonte vital para a irrigação agrícola. No entanto, a crescente escassez hídrica, agravada pela seca e incêndios florestais, tem gerado preocupações entre os agricultores da região.

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Parceria para a gestão hídrica

Para enfrentar esse desafio, a Amazon Web Services (AWS) firmou uma parceria com a Kilimo, uma startup especializada em gestão hídrica. Juntas, as empresas desenvolveram uma inteligência artificial capaz de calcular o consumo de água em cada fazenda, monitorar a qualidade do solo e fornecer recomendações precisas de irrigação baseadas nos dados coletados e nas culturas plantadas. A expectativa é que a solução possa economizar cerca de 200 milhões de litros de água por ano.

Will Hewes, líder de sustentabilidade hídrica na AWS, destacou que a iniciativa faz parte dos esforços globais da empresa para melhorar a gestão da água, especialmente em comunidades próximas aos seus data centers. “Usamos água para resfriamento dos computadores e máquinas em muitos dos nossos data centers, o que nos ajuda a reduzir o uso de energia e a cumprir metas de sustentabilidade, como atingir 100% de uso de energia renovável e sermos carbono zero”, explicou Hewes.

Impacto global e metas futuras

A ação no Rio Tietê faz parte de um plano global da AWS, que visa se tornar “water positive” até 2030, ou seja, devolver mais água às comunidades do que consome. Outros projetos semelhantes estão sendo implementados em países como China, Chile e Estados Unidos, com a expectativa de devolver mais de 7 bilhões de litros de água ao meio ambiente anualmente.

No Brasil, a AWS utiliza técnicas como a captação de água da chuva para resfriamento de seus data centers, minimizando o impacto no abastecimento local. “Queremos garantir que estamos gerenciando tanto o uso de energia quanto o de água para minimizar nosso impacto nas comunidades,” afirmou Hewes.

Além dos projetos em São Paulo, iniciativas de reabastecimento de água foram lançadas em locais como Pequim, Hong Kong e Ohio, nos Estados Unidos, onde a empresa trabalha para restaurar áreas úmidas e melhorar o habitat de espécies ameaçadas, como o salmão na Califórnia.

Incentivando a sustentabilidade no Brasil

A AWS busca colaborar com ONGs e governos locais para adaptar suas tecnologias às necessidades específicas de cada região. Hewes acredita que a entrada de projetos no Brasil pode incentivar mais ações voltadas para a redução do consumo de recursos naturais na agricultura e pecuária. “Estamos atentos às necessidades das comunidades e certamente haverá mais investimentos em projetos de reabastecimento de água no Brasil”, concluiu.

Entre os próximos passos, a empresa planeja expandir as ações já em andamento e criar novas iniciativas para melhorar a gestão hídrica em escala global, incentivando outras empresas a seguir pelo mesmo caminho.