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Apesar do hype, IA ainda não é utilizada pela maioria dos gestores

Postado em: 31/08/2024 | Por: Emerson Alves

A Inteligência Artificial (IA) está no centro das discussões sobre inovação, mas sua adoção em empresas brasileiras ainda é limitada devido a barreiras educacionais e culturais.

Apesar de todo o entusiasmo em torno da Inteligência Artificial, a realidade é que muitas empresas brasileiras ainda não incorporaram essa tecnologia em seus processos cotidianos. Luis Lobão, conselheiro de empresas e palestrante internacional, destaca que a falta de adesão está diretamente ligada a uma busca insuficiente por conhecimento e uma resistência cultural que impede a inovação em gestão.

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Entraves para a aderência de IA em empresas brasileiras

De acordo com Lobão, a demora na adoção de ferramentas de IA nas empresas do Brasil está relacionada a uma carência de conhecimento e à dependência de soluções prontas. “A IA é um recurso que precisa ser aprendido; não é uma fórmula mágica. É essencial entender como interagir com ela e fornecer as informações corretas para obter os resultados desejados,” explica.

Uma das vantagens atuais da IA, segundo Lobão, é que o uso de linguagem coloquial no prompt, em vez de códigos complexos, foi projetado para democratizar a tecnologia. No entanto, ele observa que muitas pessoas ainda não utilizam essa ferramenta de maneira eficaz.

O Brasil ocupa a 57ª posição no ranking de capacidade de gestão mundial do IMD (World Competitiveness Yearbook – 2024), entre 67 países avaliados. Lobão relaciona essa classificação ao “engessamento” dos processos em grande parte das empresas brasileiras, que ainda não conseguem aproveitar todo o potencial da IA.

A IA ainda é vista como inimiga

Lobão compartilha que, em suas palestras, os ouvintes frequentemente expressam preocupações sobre o uso da IA. “Muitos acreditam que usar IA é sinal de preguiça, o que não é verdade. Pelo contrário, é preciso ter conhecimento para utilizá-la de forma eficaz, e essa deve ser uma competência valorizada,” afirma.

Outra preocupação comum é a ideia de que a IA vai substituir empregos. Lobão admite que a IA realmente eliminará tarefas repetitivas e medíocres, mas argumenta que isso não é necessariamente negativo. “Como em todas as revoluções tecnológicas, os profissionais precisam evoluir para permanecerem relevantes no mercado de trabalho. Tudo o que é digno de ser feito por uma máquina é indigno de um ser humano.”

Aprendendo a usar ferramentas de IA

O especialista enfatiza que a IA não deve ser usada como uma ferramenta de pesquisa simples, mas como uma maneira de construir pensamentos complexos em conjunto com a tecnologia. “Se você quer uma resposta simples e objetiva, a IA não é o caminho. Ela é mais adequada para situações onde não existe uma única resposta certa, o que chamamos de NORA: No One Right Answer,” esclarece Lobão.

O tema será abordado em detalhes por Luis Lobão durante o Conexão WK, um evento promovido pela WK, empresa especializada em ERP e gestão corporativa, que acontecerá nos dias 12 e 13 de setembro em Blumenau/SC. O evento contará com mais de 50 palestras e painéis, abrangendo temas como ESG, Hiperautomação Financeira, Gestão de Riscos, Inovação, Planejamento e Estratégia, Liderança, entre outros assuntos relevantes para o universo da gestão empresarial.