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Pablo Marçal desafia TSE com uso de deepfake em propaganda eleitoral

Postado em: 27/08/2024 | Por: Emerson Alves

Pablo Marçal, candidato nas eleições de 2024, publicou um vídeo de campanha usando deepfake, contrariando as regras estabelecidas pelo TSE.

O empresário e candidato Pablo Marçal voltou a se envolver em controvérsias ao publicar uma propaganda eleitoral utilizando deepfake, uma técnica que emprega inteligência artificial para substituir o rosto de uma pessoa por outro, criando uma falsa representação visual. Nas imagens, o rosto de Marçal permanece fixo enquanto a pessoa se move, um efeito similar ao de filtros populares em redes sociais como o Instagram.

Leia também: O que fazer para evitar o colapso dos modelos de inteligência artificial.

Deepfake e seus perigos em campanhas eleitorais

A prática de utilizar deepfake em campanhas políticas é considerada perigosa porque pode enganar e confundir eleitores, criando situações em que candidatos parecem estar realizando ações que nunca ocorreram. Embora o caso de Marçal pareça inofensivo, a tecnologia pode ser utilizada de forma maliciosa para criar situações em que um candidato é mostrado realizando atividades ilegais ou comprometedoras, como foi observado em algumas campanhas na Argentina no ano passado.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia proibido explicitamente o uso de deepfake nas eleições de 2024, em uma resolução publicada em fevereiro deste ano. Além disso, qualquer material de campanha que utilize inteligência artificial deve estar devidamente sinalizado, o que não foi feito no vídeo de Marçal. O descumprimento dessas normas pode resultar em sanções severas, incluindo a cassação do registro da candidatura ou a perda do mandato, caso o candidato seja eleito.

Outras irregularidades na campanha de Marçal

A campanha de Pablo Marçal já está sob investigação por outras irregularidades. No último sábado (24), a Justiça Eleitoral determinou a suspensão das redes sociais do candidato até o final das eleições. Essa ação está relacionada a acusações de pagamento indevido a apoiadores para que compartilhassem vídeos de teor eleitoral, prática proibida pela legislação. A decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) permite que Marçal crie novas contas, desde que não utilize métodos irregulares.

O uso de deepfake e outras tecnologias de inteligência artificial em campanhas políticas levanta questões éticas e jurídicas que precisarão ser enfrentadas nas próximas eleições. Enquanto isso, o caso de Marçal serve como um alerta para os riscos envolvidos no uso dessas ferramentas em contextos eleitorais, onde a transparência e a confiança do eleitor são fundamentais.

A assessoria de Pablo Marçal foi questionada sobre o vídeo, mas ainda não se manifestou. Caso haja uma resposta, o texto será atualizado.

O impacto do uso de deepfake na política

O uso de tecnologias como o deepfake nas campanhas eleitorais é um exemplo de como a inteligência artificial pode ser tanto uma ferramenta poderosa quanto perigosa. Por um lado, permite a criação de conteúdos inovadores, mas, por outro, pode ser utilizada para distorcer a realidade, afetando negativamente o processo democrático. A regulamentação e o monitoramento rigoroso dessas tecnologias são essenciais para garantir eleições justas e transparentes.

A decisão do TSE de proibir o deepfake é um passo importante na proteção do eleitorado contra possíveis manipulações. No entanto, a eficácia dessas medidas dependerá da capacidade das autoridades de identificar e punir rapidamente qualquer violação. À medida que a tecnologia avança, será crucial atualizar constantemente as regulamentações para acompanhar as novas formas de manipulação digital.