Meus Apps


Como a inteligência artificial pode afetar as mulheres e o que pode ser feito para evitar desigualdades

Postado em: 29/08/2024 | Por: Emerson Alves

As mulheres estão mais vulneráveis ao impacto da automação e da inteligência artificial, mas a educação e a inclusão tecnológica podem ser a chave para evitar a ampliação das desigualdades.

A revolução da Inteligência Artificial (IA) está transformando o mercado de trabalho em uma velocidade sem precedentes, trazendo consigo desafios significativos, especialmente para as mulheres. Estudos recentes indicam que cerca de 80% das mulheres ocupam empregos que estão em maior risco de automação, em contraste com 58% dos homens. Esses números ressaltam uma disparidade de gênero preocupante que, se não for abordada, pode aprofundar as desigualdades já existentes no ambiente de trabalho.

Leia também: Pesquisa da UFMG propõe uso de inteligência artificial para diagnóstico mais preciso da tuberculose.

Discrepância de gênero no uso de IA

A discrepância entre homens e mulheres no uso de tecnologias de IA é um fator crucial que contribui para essa vulnerabilidade. Dados do Fórum Econômico Mundial revelam que apenas 51% das mulheres utilizam ferramentas de IA gerativa semanalmente, comparado a 59% dos homens. Esta diferença é ainda mais pronunciada entre os jovens, sugerindo que as futuras gerações de mulheres podem enfrentar ainda mais dificuldades se essa tendência não for revertida.

A falta de engajamento feminino com a IA não só as coloca em desvantagem competitiva, mas também perpetua uma lacuna de habilidades que pode ser difícil de fechar. Profissões tradicionalmente ocupadas por mulheres, como atendimento ao cliente, saúde e educação, estão entre as mais ameaçadas pela automação. No entanto, o risco vai além da substituição direta por máquinas; ele inclui a possibilidade de que indivíduos mais familiarizados com a tecnologia, predominantemente homens, ocupem essas funções, exacerbando a marginalização feminina no mercado de trabalho.

A importância da adaptação e do aprendizado contínuo

Apesar do cenário desafiador, há uma oportunidade significativa para as mulheres que buscarem se adaptar às mudanças tecnológicas. O aprendizado e a aplicação da IA em suas áreas de atuação podem não apenas proteger suas carreiras, mas também colocá-las na vanguarda de um campo emergente. Mulheres que se envolvem com a IA podem desempenhar um papel crucial na moldagem do futuro dessa tecnologia, ajudando a combater os vieses e garantindo que as ferramentas tecnológicas sejam mais inclusivas e representativas.

A adaptação tecnológica requer tanto iniciativas individuais quanto coletivas. É essencial que as mulheres sejam incentivadas a explorar a IA desde cedo, através de programas educacionais que tornem essas áreas mais acessíveis. Além disso, políticas públicas e programas corporativos devem ser desenvolvidos para oferecer suporte contínuo e treinamento, permitindo que as mulheres adquiram as habilidades necessárias para prosperar em um mercado de trabalho em constante transformação.

O papel das empresas na promoção da diversidade tecnológica

As empresas também têm um papel fundamental nesse processo de inclusão. Ao promover a diversidade e a inclusão em suas equipes de tecnologia, as empresas não apenas avançam em termos de equidade, mas também se beneficiam de uma variedade maior de perspectivas, o que pode resultar em inovações mais robustas e adaptáveis. O sucesso futuro das empresas estará diretamente ligado à sua capacidade de incorporar diferentes pontos de vista em suas estratégias tecnológicas.

O futuro da automação e a inclusão feminina

À medida que a automação se torna uma realidade inevitável, o engajamento ativo com a tecnologia será essencial para garantir que as mulheres não fiquem para trás. A chave para evitar que as mulheres sejam deixadas de lado em um futuro dominado pela IA reside na educação, inclusão e conscientização sobre a importância de se adaptar às mudanças tecnológicas. Só assim será possível construir um futuro onde a automação trabalhe a favor de todos, promovendo uma sociedade mais justa e equitativa.