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Como aplicativos de geolocalização com inteligência artificial estão ajudando a reduzir emissões de carbono

Postado em: 26/08/2024 | Por: Emerson Alves

A combinação de inteligência artificial (IA) com aplicativos de geolocalização está se tornando uma ferramenta poderosa na luta contra as mudanças climáticas, ajudando a otimizar rotas, reduzir o consumo de combustível e minimizar as emissões de carbono.

O aumento das preocupações globais com as mudanças climáticas tem levado empresas e governos a buscar soluções inovadoras para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Entre as ferramentas mais promissoras estão os aplicativos de geolocalização que utilizam inteligência artificial para otimizar o trânsito e gerenciar recursos de forma mais eficiente. O uso dessas tecnologias é um reflexo do compromisso crescente com a sustentabilidade e com a mitigação dos impactos do aquecimento global.

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Inteligência artificial como aliada na redução das emissões de carbono

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (WMO), entre 1990 e 2021, os impactos do aquecimento global causados por gases de efeito estufa aumentaram 49%, sendo que o dióxido de carbono (CO2) é responsável por 80% desse aumento. Nesse contexto, a inteligência artificial surge como uma ferramenta crucial para combater essas emissões, especialmente por meio da otimização de processos que envolvem alto consumo energético.

A professora Dora Kaufman, especialista em impactos sociais da inteligência artificial, destaca que a IA pode melhorar significativamente a eficiência em diversas áreas, como a engenharia de veículos e a logística, ao mesmo tempo que ajuda a traçar rotas mais sustentáveis. “A inteligência artificial é a tecnologia de propósito geral do século XXI e tem um enorme potencial para reduzir as emissões de carbono”, afirma Kaufman. Ela ressalta que muitas organizações estão adotando a IA não apenas para aumentar a produtividade, mas também para minimizar seu impacto ambiental.

O Projeto Green Light do Google: um exemplo prático

Um exemplo prático do uso da IA na redução de emissões de carbono é o Projeto Green Light, desenvolvido pelo Google. Este projeto utiliza dados de seus aplicativos de navegação, como o Google Maps e o Waze, para analisar o fluxo de tráfego em cruzamentos e identificar melhorias que podem reduzir o tempo de espera nos semáforos e, consequentemente, as emissões de CO2.

De acordo com o Google, o modelo de IA do projeto é capaz de reduzir as paradas de veículos em até 30% e diminuir as emissões de CO2 em cruzamentos em até 10%. Testes realizados em cidades como Rio de Janeiro, Seattle, Bengaluru e Boston já mostraram resultados promissores, com potencial para reduzir o consumo de combustível e as emissões em até 30 milhões de viagens de carro por mês.

Desafios do uso da IA na sustentabilidade

Apesar dos benefícios claros da IA na redução de emissões, a tecnologia também enfrenta desafios. Um dos principais problemas é o alto consumo de energia dos data centers que suportam os sistemas de IA. Esses centros, além de demandarem grandes quantidades de energia, também necessitam de grandes volumes de água para resfriamento, o que pode agravar o problema das emissões de CO2 se não forem geridos de maneira sustentável.

Kaufman explica que, embora a IA possa ser uma ferramenta poderosa, é crucial que as empresas implementem soluções para reduzir o impacto ambiental de seus sistemas. “Uma das soluções é o uso de energia renovável nos data centers, o que pode contornar a questão das emissões de CO2”, destaca a especialista. Ela também menciona que há técnicas específicas para otimizar o uso de energia, tornando o processo de treinamento de modelos de IA mais eficiente e menos intensivo em recursos.

Iniciativas sustentáveis e o compromisso do Google

O Google, ciente desses desafios, assumiu compromissos ambiciosos de sustentabilidade, incluindo o objetivo de alcançar emissões net-zero até 2030. A empresa relatou que, em 2023, conseguiu uma média de 64% de energia livre de carbono em todos os seus data centers, com avanços significativos na América Latina, onde a média de energia livre de carbono superou 90% em regiões como São Paulo.

A empresa também investiu em tecnologias mais eficientes, como a Unidade de Processamento Tensor (TPU) de sexta geração, que é 67% mais eficiente em termos de energia em comparação com a versão anterior. Além disso, o Google identificou práticas que podem reduzir a energia necessária para treinar modelos de IA em até 100 vezes e as emissões associadas em até 1.000 vezes.

O futuro da IA e a sustentabilidade

O uso da inteligência artificial, combinado com aplicativos de geolocalização, está abrindo novas possibilidades para a redução das emissões de carbono. No entanto, para que a IA se torne uma solução sustentável a longo prazo, é necessário que as empresas invistam em práticas de eficiência energética e em fontes de energia renovável. A combinação dessas estratégias promete não apenas mitigar os impactos climáticos, mas também criar um futuro mais sustentável para as próximas gerações.