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As chances de a IA substituir professores são mínimas, pelo menos por enquanto

Postado em: 31/08/2024 | Por: Emerson Alves

Embora a IA esteja transformando o ensino, substituição de professores humanos enfrenta desafios significativos.

O cofundador da OpenAI, Andrej Karpathy, vislumbra um futuro onde bots de inteligência artificial (IA) poderiam atuar como tutores especialistas em diversas áreas, oferecendo ensino personalizado e fluente em várias línguas para todas as pessoas do mundo. Em sua visão, esses bots seriam “professores particulares sob demanda”, acessíveis a qualquer momento. Essa ideia reflete o esforço contínuo do setor tecnológico em usar a IA para revolucionar o ensino, exemplificado pela sua mais recente iniciativa, a Eureka Labs.

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O desafio da substituição dos professores humanos

Karpathy e outros líderes tecnológicos, como Sam Altman (CEO da OpenAI) e Sal Khan (CEO da Khan Academy), acreditam que a IA pode solucionar a escassez de professores especializados. No entanto, a realidade do ensino é mais complexa. A pesquisadora Annette Vee, especialista em novas tecnologias de escrita, ressalta que, apesar do potencial da IA para melhorar o aprendizado, ela provavelmente não substituirá os professores humanos de maneira eficaz.

Vee observa que os alunos tendem a preferir interações com outros humanos, encontrando inspiração e motivação em professores reais, algo que a IA, por mais avançada que seja, ainda não consegue replicar. A história mostra que “soluções” tecnológicas anteriores, como os MOOCs (cursos online abertos e massivos), falharam em engajar os estudantes a longo prazo, justamente pela falta de interação humana genuína.

O papel da IA no apoio ao ensino

Karpathy sugere que, no futuro, figuras icônicas como Richard Feynman poderiam ser “ressuscitadas” em forma de bots para ensinar. A ideia é que esses bots atuem como assistentes de ensino, enquanto os professores humanos continuariam a criar o material do curso e orientar o processo educacional. Essa parceria entre IA e professores humanos poderia cobrir todo o currículo de forma acessível e personalizada.

Plataformas como o Khanmigo, da Khan Academy, e os materiais didáticos com IA da editora britânica Pearson são exemplos de como a IA já está sendo integrada ao ensino. Mais de mil universidades estão adotando esses materiais, mostrando que a IA no ensino é uma realidade crescente. No entanto, a eficácia dessas ferramentas ainda precisa ser avaliada de forma mais crítica.

Desafios e preocupações com a IA no ensino

Apesar do entusiasmo de alguns líderes tecnológicos, a substituição de professores por bots enfrenta desafios significativos. A falta de conexão humana, essencial para a inspiração e motivação dos alunos, é um dos principais obstáculos. Além disso, questões de privacidade e segurança de dados são preocupações legítimas, especialmente com plataformas que coletam grandes volumes de informações sobre o desempenho acadêmico dos estudantes.

Outra preocupação é a possível perda de diversidade de pensamento. Com um único bot ensinando milhões de alunos, há o risco de uniformização do aprendizado, onde a originalidade e a criatividade podem ser comprometidas. A história sugere que, embora a IA possa personalizar o ensino, isso não garante resultados positivos ou uma educação de qualidade.

Reflexões sobre o futuro da educação com IA

A ideia de ter um tutor de IA à disposição de cada aluno é fascinante, especialmente a possibilidade de “aprender” com figuras históricas como Richard Feynman ou Maya Angelou. No entanto, é essencial lembrar que a promessa de ensino personalizado pela IA não substitui a necessidade de interação humana e a diversidade de pensamento. O uso de IA no ensino deve ser abordado com cautela, garantindo que os alunos realmente estejam aprendendo de maneira significativa e autêntica.