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Especialista em futurismo diz que IA não será suficiente para lidar com a imprevisibilidade do mundo

Postado em: 23/08/2024 | Por: Emerson Alves

Roger Spitz, um renomado futurista sul-africano, afirma que o fator humano será crucial para enfrentar a imprevisibilidade, mesmo com o avanço da Inteligência Artificial (IA).

Em um cenário global marcado pela recuperação dos efeitos de uma pandemia, guerras em andamento, ameaças nucleares, e a crescente crise climática, o futurista Roger Spitz defende que a sociedade precisa estar melhor preparada para lidar com a incerteza. Segundo Spitz, que também é autor do livro “Disrupt with Impact”, a imprevisibilidade do mundo atual exige uma nova forma de pensar e agir, tanto para empresas quanto para indivíduos.

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A importância do fator humano frente à IA

Questionado sobre o papel da Inteligência Artificial na gestão da imprevisibilidade, Spitz expressou ceticismo quanto à capacidade da tecnologia de enfrentar incertezas de maneira eficaz. “Eu não acredito que usar a IA para lidar com a pura imprevisibilidade é um caminho para frente (…) acho que ela pode nos ajudar com coisas que já entendemos mais do que com a imprevisibilidade”, disse Spitz em entrevista à CNN.

Ele argumenta que, embora a IA seja uma ferramenta poderosa para lidar com problemas que já conhecemos, o fator humano continuará sendo essencial para enfrentar desafios inesperados e complexos. Para Spitz, a capacidade de adaptação, a criatividade e a intuição humanas são insubstituíveis quando se trata de navegar em um mundo cada vez mais incerto.

Carreira e visão estratégica de Spitz

Antes de se tornar um futurista, Roger Spitz atuou como chefe global de Fusões & Aquisições de tecnologia em um grande banco de investimentos. Sua transição para o futurismo foi motivada pela percepção de que o sucesso no mundo moderno exige uma reformulação completa da maneira como abordamos as mudanças. Hoje, Spitz é reconhecido mundialmente como uma autoridade em previsão estratégica e inovações de sistemas, além de ser um consultor especialista do Fórum Econômico Mundial.

Spitz defende que as empresas devem investir em profissionais dedicados exclusivamente a avaliar cenários futuros e adotar planos de longo prazo. Ele sugere até a criação de um novo cargo de liderança, o Chief Existential Officer (CEO), que seria responsável por monitorar eventos de baixa probabilidade, mas de grande impacto, tanto positivos quanto negativos.

Preparação para um mundo imprevisível

Para Spitz, a forma como somos criados, especialmente no Ocidente, nos prepara para um mundo estável e linear, onde a perfeição é valorizada. No entanto, em um mundo marcado por desvios e mudanças bruscas, essa mentalidade pode ser inadequada. Ele acredita que as empresas e os indivíduos precisam reformular seu pensamento para enfrentar um futuro cheio de incertezas e surpresas.

O livro “Disrupt with Impact”, que será lançado em setembro, promete oferecer insights sobre como empresas e indivíduos podem não apenas sobreviver, mas prosperar em um mundo imprevisível, aproveitando as oportunidades que surgem das mudanças inesperadas.