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Expectativas, realidades e desafios do uso de inteligência artificial na saúde

Postado em: 29/08/2024 | Por: Emerson Alves

Especialistas discutem no evento Futuro da Saúde as perspectivas, benefícios e desafios da inteligência artificial (IA) no setor de saúde, destacando seu potencial transformador e os pontos de atenção necessários para sua implementação eficaz.

A inteligência artificial está cada vez mais presente no setor da saúde, prometendo resolver problemas antigos, reduzir custos e melhorar a precisão dos cuidados médicos. Durante o primeiro evento promovido por Futuro da Saúde, realizado em 27 de agosto, especialistas e executivos do setor se reuniram para discutir as expectativas e realidades do uso da IA na saúde, bem como os desafios que ainda precisam ser superados.

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A importância da IA na saúde

Mariana Perroni, Clinical Lead do Google, abriu o evento destacando que, embora a IA já esteja presente no setor, ainda há desafios significativos relacionados a dados, operações, logística e experiência do usuário. Ela enfatizou que, para que a IA traga benefícios reais, é necessário repensar a maneira como o sistema de saúde opera, evitando simplesmente aplicar a tecnologia em processos obsoletos. “Se insistirmos em resolver problemas do século XXI com uma mentalidade do século XX, a IA não alcançará seu potencial”, afirmou Perroni.

A IA tem mostrado potencial em várias áreas da saúde, como suporte à decisão clínica e desenvolvimento de medicamentos. No entanto, para que esses avanços sejam bem-sucedidos, é crucial a colaboração entre cientistas de dados, profissionais de saúde, designers de experiência do usuário, especialistas em ética e regulamentação, entre outros.

Casos de uso e valor agregado

O primeiro painel do evento, com a presença de líderes como Giovanni Cerri, Jeane Tsutsui e Sidney Klajner, discutiu como a IA pode agregar valor ao ecossistema de saúde. Klajner, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, destacou que a “inteligência ampliada” pode ajudar os profissionais de saúde a superar suas limitações e entregar melhores resultados, desde que a tecnologia seja utilizada com cautela e sob vigilância constante.

Um exemplo prático mencionado foi a utilização da IA em Manaus para melhorar o cuidado de gestantes, reduzindo a mortalidade materna. Já na área de radiologia, o Grupo Fleury tem utilizado IA para otimizar o tempo de exames de ressonância magnética, além de melhorar a experiência do paciente com diagnósticos mais precisos.

Desafios e próximos passos para a IA na saúde

No segundo painel, especialistas como Carlos Pedrotti e Thiago Jorge abordaram os principais desafios que precisam ser superados para que a IA se estabeleça na saúde. Questões como regulação, desenvolvimento de casos de uso concretos e parcerias entre empresas e pesquisadores foram destacadas como fundamentais para o avanço da IA no setor.

Ainda sem uma regulamentação definitiva no Brasil, existe a preocupação de que uma legislação rígida possa inibir investimentos e atrasar a adoção da IA na saúde. Para Pedrotti, é necessário encontrar um equilíbrio entre regulação e inovação para que o país não fique para trás nesse campo em rápida evolução.

Outro ponto importante é a necessidade de demonstrar resultados positivos em desfechos clínicos, o que requer pesquisas complexas e bem estruturadas. Gadelha, da DASA, enfatizou que a implementação da IA deve ser feita da melhor forma possível, sempre considerando os melhores casos de uso para transformar a sociedade e melhorar os cuidados de saúde.

Conclusão

O evento Futuro da Saúde deixou claro que, embora a IA tenha o potencial de revolucionar a saúde, ainda há muitos desafios a serem enfrentados. A colaboração entre diferentes atores do setor, a criação de uma regulamentação equilibrada e a demonstração de resultados positivos serão fundamentais para que a IA cumpra suas promessas e melhore a qualidade dos cuidados de saúde para todos.